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Já nem sei que ou quem
Já nem sei que ou quem sou
Eu e quem sei não ser, se eu,
Ou eu, sem um “se” em mim, sem fim,
Já nem sei o que sei, se sei ou não
Sei, que saber não sei, se em mim,
Ou se a mim sou sincero ou minto,
Quem sou, subtil quanto um adicto,
Fraco e pouco nem sei que ou quem,
Menos sei quem sou que uma abóbora
Redonda e dura por fora, por dentro
Polpa e semente, se minto quem sou
Lamento, se culpa tenho e o conceito
De culpa, por saber tão pouco de mim
Próprio, impostor ou sombra doutro,
Ou doutros “ses”, como eu sou se sou,
Abóbora ou figo laranja ou amarelo,
Poeira ou frouxo paramento, rasgo
Na bandeira, porém já velha também
Como minha alma que dialogava comigo
À sexta-feira, já nem sei o quê …
Jorge Santos (01/2017)
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