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Malmequeres
Eu não sei que familiaridade tenho
Com os lábios, a monte anda a crença
Que me abandonou no que digo senão
Posso ser eu capaz de fazer rir e Chorar
A 1 tempo pois não passo de um charlatão,
como posso passar eu rente a outro
Que amar-me eu não, quando o faço
Apenas pra que tenham saudade,
Deste familiar má peça, sem nada
Pra dizer que seja novo ou verdade,
Não quero saber o que sentes,
Baixo os braços se subires os teus,
A febre abandonou-me, a família
Que não acho sempre esperará por mim,
Supondo-me uma ilusão de óptica
Esquecei-me pra sempre, esqueci eu
O sentir e de tudo quanto fingi ser
Sou nada, sou um fulano malquerer,
Desenho mundos em flor, ovais
Excepto o pensar delas e o ser,
Espalham o meu desamor em voo,
Como as colónias de abelhas,
Todas de acordo com as pétalas,
Creio eu e uns outros quaisqueres,
Que façam deste modo sala d’estar
O mundo todo, nada vejo de singular
Nas famílias de ideias que desenho,
Com estes lábios malquereres…
Jorge Santos (01/2015)
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