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Nevoeiro

Meia-noite
A noite e a névoa são tectos
São paredes, é desconhecido
Passou um eléctrico
Uma fita luminosa balançando no nevoeiro
Como um fantasma: só se ouve

Há passos no nevoeiro, mas enganam
São os meus, são outros?
Ou é apenas eco
Eco de passos que pisaram este chão
Os passos arrastados do mendigo velho
Os saltos altos das senhoras chiques
Os passos apressados do leiteiro
Os passos saltitantes dos meninos loiros
A bengala da cega Antónia
Ou os teus passos
Seguros, inconfundíveis
Entre todos, em qualquer chão?

Olho ansiosa para trás
Mas não, o nevoeiro engana
Fechou-se entre nós, não te vejo nem ouço

Meia-noite
O teu corpo, sinto-o ainda
Sinto-o ainda, em fogo, neste nevoeiro
Sob estes milhões de gotas
Que me orvalham o cabelo e o corpo
Levo a tua cabeça sobre o meu peito nu
Não tenho frio

Mas vou triste
Porque não te trouxe
Porque não fiquei contigo

A noite enche-me e sufoca-me
Tenho medo de nada
Tenho medo da noite
Tenho medo do escuro no meu peito

Quem sou eu?
Quem és tu?
De quem são estes passos que a noite esconde?
Volta o silêncio e responde
“Não há homens nem mulheres na noite escura
Tu és um vulto desbotado no nevoeiro”.

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segunda-feira, março 28, 2011 - 12:04

Ministério da Poesia :

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Maria Jose Mouraz

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