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Sofro por não ter falta ,

Sofro por não ter falta,
Ausência se faz sentindo
A mesma falta, a partir
Do que não é preciso,

E só dói ao principio,
Eu sofro por não ter falta,
Medito a sós comigo,
Repetindo o mesmo “mantra”,

Vezes e vezes sem conta,
Ausência só faz sentido,
Quando há em uma parte
Do corpo, transição.

Eu sou um quarto do caminho,
Desconheço os fins
E a distância, a atitude
É uma doença contagiante,

Congénita, tal como a má morte,
Estou morrendo de conteúdo,
Como morre mudo um pato,
De desmérito, pode ser fraca

E inoportuna ou tamanha,
Sofro por não ter falta,
A felicidade é rara e falsa, a alma não
É minha …nem é dada à sorte.

Sofro por não ter falta,
Finjo, ignoro, sou feliz
Como quando se nasce,
Ausência se faz sentindo,

A morte não se sente,
Embora faça parte do que sinto,
Falta-me do voar a asa e a verdade,
Os deuses não me deram uma,

A outra não a quero,
Não me cabe escolher qual delas minha,
Sofro de não ter falta,
Sofro de ser agora, já tarde …

Jorge Santos 08/2018
http://namastibetpoems.blogspot.com

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quinta-feira, outubro 4, 2018 - 10:15

Ministério da Poesia :

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