Uma lágrima

Uma lágrima…
Uma gota de chuva…
Uma gota de orvalho…
Uma gota de água…

Lágrima de desilusão,
Sei o que isso é.
Sofre-se tanto.
E depois, as lágrimas,
Teimosas...
Eu tento parecer indiferente,
E lá vêm elas estragar tudo.

Quantas vezes eu tive de me ir embora,
Para que não me vissem chorar?
Quantas vezes eu tive de baixar a minha cabeça,
Para que não me vissem triste?
Quantas vezes eu tive de dizer que me tinha entrado algo para o olho,
Para que não me vissem assim?
Tanta vez!!

Depois, essas lágrimas…
Que parecem partes do livro da nossa vida,
Que nos mostram pequenos momentos,
Os infelizes, para aumentar a nossa mágoa.
Que nos mostram grandes momentos,
Infelizes também, para aumentar a produção de lágrimas!

Malditas lágrimas!!
Quem me dera nunca chorar!
Significava que nunca estaria triste!
Malditas lágrimas!!
Quem me dera nunca ter os olhos vermelhos!
Significava que eles nunca me arderiam!
Malditas lágrimas!!
Que aparecem em qualquer momento,
Em qualquer ocasião!
Eu é que as devia comandar,
E não elas a mim!

Uma lágrima percorre a face,
Contornando-a na perfeição!
Uma gota de chuva desce
Sabendo sempre que nunca pode subir!
Uma gota de orvalho cai das plantas,
Sabendo que não poderá lá ficar eternamente!
Uma gota de água esgota-se,
Num deserto!