“Blues do Caminhante”

Na estrada da vida ando sempre em contramão
Não sei conduzir nem tenho carta de condução
Deixo a alma na valeta e apanho boleia num camião
Deixo para traz uma noite sem dormir e uma imensa solidão
Abro o mapa das estrelas e viajo na escuridão
Abro os braços à esperança e abraço o coração

Eu sou um caminhante que não sabe de onde vem
Eu sou um caminhante que vem mais longe que do além

Na estrada da vida só conheço um caminho
Não sei para onde ir por ter medo de ir sozinho
Deixo que o destino me leve onde quiser
Deixo que o sonho me traga quem vier
Abro os olhos e só vejo o negro do asfalto
Abro o cofre das memórias e sou vítima de assalto

Eu sou um caminhante que não sabe de onde vem
Eu sou um caminhante que vem mais longe que do além

Na berma da estrada jaz uma velha canção
No fim do caminho encontro a desilusão
Deixo de para traz um presente sem futuro
Deixo-me ir em frente porque o passado foi duro
Abro a janela e respiro a brisa do tempo
Abro a boca e as palavras são levadas pelo vento

Eu sou um caminhante que não sabe de onde vem
Eu sou um caminhante que vem mais longe que do além

Duende Mágico