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“CERCO ÀS AVESSAS”
As sanguessugas acederam ao topo
Mentindo e enganando o povo
Quão pobre seja a desdenha
Que o povo esqueça a manha
Poro a poro rasteja ainda
No sangue da mamadeira
Quando abre desgraça e cacimba
Mentindo de toda a maneira
Bondade ou maldade
Na ponta da língua, o povo prova
Que cego, já sem idade
Corre para não entender a desova
Corre, aquando lhe chega ao nariz
A aventura de um vinho moldado
Que muito vê, mas nada diz
Que é veneno do tonel quadrado
Não catemos mais desgraças
Que o sangue bate nos tempos passados
Matá-lo, será impossível…
Mas graças:
Soltam línguas nos desorientados
Acalmam-se os passos desgovernados
Pelos abraços, inúteis, insolentes
Como pedaços de sono, meio mastigados
De estômagos deitados, bocas dormentes
Mentindo, que mentem sempre
Afeitos a mentiras singelas
E simplesmente mente
Louvando a segurança delas
Mas lá suspira o povinho
Alivio, do sangue escarrapachado
Em acerto de Pátria com vinho
E linhagem de antepassado
Que sempre foi o ceguinho
Contradito, na façanha do provado
Ver que vê, copo de vinho
Afinado, adormece cansado
Mais logo se pode ver
Essas leis cavaleirescas
Que em façanha vão dizer:
- Vence o cerco às avessas.
***
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Comentários
“CERCO ÀS AVESSAS”
Lindo poema,gostei mesmo sendo longo!
Meus parabéns,
MarneDulinski
Obrigado amigo
Obrigado amigo Marne,
Parecendo longo, o texto,em si:
Tomou as rédeas e acampou na goma do meu papel
Para limpar, de mim, as mágoas envenenadas...
Aquelas que levam uma Pátria ao tonel
Com mentiras e tacanhices gorgoladas.
Grande abraço