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“Socrática”

Chegara o século da malvadez

Aquando em duas se torna primeiro

Engana o Zé, forma-se burguês

Caminho de burla e desordeiro

Jantaradas por orçamento

E mentira, para entreter o jumento

 

Aos ventos e povos sacrificados

Numa época que tanto se engana

Envelhecidos por tempos bem contados

Outros veriam, gatunos e drogados

 

Nem por favor se livraram

Dos ardores que por ali passaram

Se conseguiram promessas

Foram fileiras e conversas

 

O Zé, bem alto cantaria

Militante de cravos encanados

Que depressa o vento mudaria

Na proa, com trafulhas encantados

 

Seria um quadro contente

Com fundo de tintas adquiridas

Se as fraudes não pintassem tanta gente

Em formações compradas e vendidas

 

Mas sendo, valores antigos, acreditados

Depressa se levantam as peneiras

Depressa cegam e deputados

Lábias arrogantes de toda a maneira

 

Que chegue mais outro, que seja novo

Para laçar a inchada que os cega

Que o teimoso, volta, em nome de um povo

Para um povo que vota em nome de regra

 

Para entreter, implorando novamente

Que o leve, lentamente, prá pendura

Que assim qualquer um é concorrente

Ao poleiro do tacho, onde come muita gente.

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sábado, dezembro 18, 2010 - 01:43

Poesia :

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antonioduarte

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