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22.
À noite, é atrevida...
Ela despe nosso corpo,
E exibe nossos medos.
E mesmo no silêncio,
Ela insiste em bater
Simplesmente para poder mostrar,
Que sem pronunciar...
Uma palavra qualquer,
Ela argumenta, julga e executa.
Com o desdém de quem pensa,
Ser o dono de alguém.
E toda idéia, todo sonho e fantasia,
É velado por ela.
A noite é uma escrava
Assim como nós somos do dia,
E nossos corpos pertencem a ela,
Porque é nela que sustentamos nossas angustias.
Não existem horas, nem segundos na noite.
O que persiste é a mente,
Que hora esta lúcida
E em outrora se põe a delirar.
E madrugada a fora,
É permitido viver, amar e morrer.
Mesmo assim
Muitos apenas se permitem,
Adormecer.
Porque à noite
Também pertence,
Á aqueles que não se permitem,
Sonhar.
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