CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Ainda no exílio (desde os dias de Gonçalves Dias)
tinha muitos sabiás,
tinha muita natureza,
muita vida havia lá.
Sob o céu cheio de estrelas,
rios sublimes, belas flores,
enchiam os bosques de vida
e, nossa vida, de amores.
Fosse dia ou fosse noite,
prazeroso era estar lá:
minha terra tinha aves
nas árvores a cantar.
Minha terra tinha cores
que só se encontravam lá:
fosse dia ou fosse noite,
prazeroso era estar lá.
Muito Sol e muita Lua,
ouro e prata a se abundar.
Cada dia, um pouco, eu morro:
queria voltar pra lá
pra desfrutar dos primores
de outros tempos, noutros "ontens"
que não mais hoje há lá...
Hoje, lá, assim está:
Minha terra tem asneiras
e burrices com alvarás;
é abusada por inteira
por michês e alcoviteiras,
corruptos e paxás,
malfeitores governantes,
coronéis agonizantes,
que enganam o povo inteiro,
envergonham o brasileiro
e que encantam os marajás;
minha terra tem sujeiras
que atraem os carcarás;
as carniças e as caveiras,
as rapinas, roubalheiras,
as latrinas e as nojeiras,
as sandices e as besteiras,
parvoíces e tolices,
se encontram todas lá.
Nosso céu tem mais poeira,
nossas várzeas, mais fedores;
nossos bosques agonizam,
nossa vida tem mais dores.
Nossas águas: insalubres;
nossos ares: pestilentos;
nosso vento corre em vão!
Nossa chuva é pouca ou muita:
causa enchente ou sequidão;
nossa terra: seca e morta;
flora e fauna: em extinção.
Ao pensar, sozinho, à noite,
mal consigo descansar:
minha terra tem fronteiras
abertas pro mal entrar.
Minha terra tem horrores,
não quer ver, não vá pra lá;
ao ouvir, sozinho, à noite,
gritos: não queira estar lá.
Minha terra tem caveiras,
do Rio Grande ao Amapá.
Não quer que seu filho morra?
Pois, não o mande para lá:
os piores infratores,
numerosos moradores
destas terras de favores,
os políticos traidores,
devedores/credores,
bandidos de almas salobres,
corruptos e corruptores
de gravata ou de chinelos
ainda reinam por lá.
Minha terra tem bandidos
que mandam e desmandam lá
desde os dias de Gonçalves
exilado a lamentar.
Não se esqueça: a culpa é sua
(toda a vez que for votar).
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2193 leituras
Add comment
other contents of MaynardoAlves
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pensamentos | Quero-não-quero | 1 | 541 | 09/29/2016 - 14:52 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Resposta! | 4 | 601 | 09/29/2016 - 15:17 | Português | |
Poesia/Geral | Revolucionário... revolucionário!? | 1 | 1.535 | 09/25/2018 - 18:12 | Português | |
Poesia/Meditação | Se Deus existisse... | 4 | 1.827 | 03/05/2018 - 20:56 | Português | |
Poesia/Canção | Sem título (por luto) | 1 | 1.970 | 10/27/2017 - 15:34 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Ser (ou não ser) | 1 | 583 | 09/29/2016 - 14:34 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto I da 1ª desilusão | 1 | 567 | 09/29/2016 - 14:06 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto I do 1° amor | 3 | 879 | 09/29/2016 - 13:58 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto I do 1° encantamento | 1 | 678 | 09/29/2016 - 13:52 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto II da 1ª desilusão | 1 | 706 | 09/29/2016 - 14:08 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto II do 1° amor | 3 | 582 | 09/29/2016 - 14:01 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto II do 1° encantamento | 1 | 552 | 09/29/2016 - 13:54 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto III da 1ª desilusão | 1 | 651 | 09/29/2016 - 14:10 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto III do 1° amor | 3 | 708 | 09/29/2016 - 14:03 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto III do 1° encantamento | 1 | 703 | 09/29/2016 - 13:56 | Português | |
Poesia/Soneto | Soneto imperfeito do amor (ou do amor imperfeito) | 2 | 562 | 09/29/2016 - 14:16 | Português | |
Poesia/Tristeza | Sopa de poemas (e as ruas da cidade) | 1 | 681 | 09/29/2016 - 16:14 | Português | |
Poesia/Aforismo | Tolerância e respeito | 0 | 1.136 | 08/23/2016 - 12:47 | Português | |
Prosas/Ficção Cientifica | Um fascinante trecho do livro “Fahrenheit 451” (de 1953) - do escritor Ray Bradbury | 1 | 4.696 | 09/29/2016 - 17:40 | Português | |
Poesia/Tristeza | Um inferno (para um poeta) | 1 | 2.076 | 05/21/2018 - 12:34 | Português | |
Poesia/Meditação | Um instante infinito | 1 | 1.888 | 11/17/2017 - 15:00 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Um lugar para chamar de seu | 1 | 2.029 | 08/08/2018 - 17:14 | Português | |
Poesia/Amor | Um milhão de vezes | 3 | 485 | 09/29/2016 - 14:30 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Use-se! | 1 | 536 | 09/29/2016 - 14:41 | Português | |
Poesia/Tristeza | Valores familiares | 1 | 1.974 | 08/08/2018 - 17:21 | Português |
Comentários
Ainda no exílio
A minha canção do exílio...