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Ainda te hei-de ver
Ainda te hei-de ver
Andando pela rua sem destino
Olhos fixos nas nuvens lá ao longe
Cabelos desgrenhados pelo vento
A chorar
Ainda te hei-de ver
Esperando o avião que já não vem
Lábios entreabertos num murmúrio
Dedos entrelaçados numa prece
A orar
Ainda te hei-de ver
Arrotando entre goles de cerveja
Faces esborratadas de pintura
Unhas roídas de desespero
A vomitar
Ainda te hei-de ver
Lavada, penteada, arranjada
Deitada entre lençóis de linho
Com ar de quem não tem culpa de nada
A descansar
Lentamente
Fecha-se a tampa
E o passado
Transforma-se em memória
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Poesia :
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PauloRodrigues
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Comentários
Re: Ainda te hei-de ver
Bela métrica em palavras pensadas e sentidas. Boa tua poesia... ainda te hei de ler mais.
Cumprimentos, Anita.
Re: Ainda te hei-de ver
AMOR TERMINADO, SEM ESPERANÇA DE VOLTAR AO QUE ERA, É MELHOR ESQUECER, PARA NÃO SOFRER!
Meus parabéns,
Marne
Re: Ainda te hei-de ver
Um poema bastante sentido e profundo.
Gostei de ler, parabéns.
Um abraço
Melo