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A SOMBRA DO VENTO
A SOMBRA DO VENTO
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu podia saber a idade do tempo,
Assim, como não é possível saber,
Eu vou continuar a envelhecer.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu entrava pelo tempo adentro,
Assim, eu apenas o sinto passar,
E arquivando recordações para lembrar.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu sabia qual era o seu intento,
Eu sei que ele só sabe andar para frente,
E para trás fica sempre o corpo da gente.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu podia ganhar um novo alento,
Eu andava sempre a seu lado,
E assim não me sentia enganado.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Em mim, não havia lugar a um lamento,
Por não poder agarrar – me à sua mão,
E ir com ele de alma e coração.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu falava com ele a todo o momento,
Perguntava se ele me podia levar
E um dia mais tarde poder regressar.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu fazia dele o meu assento,
Viajava com ele pelo ar e pela terra,
Com o desejo de acabar com a guerra.
Se eu descobrisse a sombra do vento,
Eu era um fenómeno, um invento,
Eu descobria qual era a sua cor,
E não seria um ser menor, mas superior.
Ser eu descobrisse a sombra do vento,
Eu não era normal, era um portento,
Mas, como eu sei que o não sou,
Ainda aqui ando e para o além não vou.
2007-Estêvão
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Comentários
Alleria, "Windrunner"
Sempre me intriga bastante a ideia de uma sombra do vento...
Destaque a primeira estrofe e a maneira como inseriste o "além" no término deste teu poema. =DD
Um abraço! e tenha um bom dia ((:
poema
Bem haja amigo.
Obrigado pelo comentário.
Um grande abraçEstêvão