AQUELA CASA (À Minha Infância)

O pátio das brincadeiras,
Da saudade das eiras,
Que percorri outrora
Com a pujança da aurora!

Os caminhos que fiz!
As formigas que desfiz!
De tudo guardo carinho…..
Ai, aquele meu cantinho!

E como resplandecia alegria!
Nas faces frescas sorria,
Que sorrisos agora já não sou,
Pois que o tempo passou…..

A figueira ali exposta,
Árvore da resposta
Dos figos de beijos transidos,
Pelas aves repartidos!

Aqueles muros, pedra granito
Onde diabruras jorrei bendito,
A criança que hoje procuro
Neste traje oco, impuro!

Ah, quarto de infância
Que para ti um dia vou,
De ti esperando anuência,
No momento que soou!

E os jarros alvos?!
Na parede amarrados,
Das abelhas amarelas,
Da cor das florbelas!

As brincadeiras, os meus ais,
Os meus chamares joviais
A meus pais, minha irmã,
As sementes vermelhas da romã,
Que semeava, com frémito
Na terra mãe, que um dia
Nas entranhas alumia
E leva com o seu séquito!

E casa, minha dama,
Que sei, que aquele que te ama,
O do rasto abstruso
Do sonho iluso
Que comigo irmana
As luas de mil passados,
Que ardentes passaram
E nas fontes rasaram
As pedras de sulcos hediondos!

Por isso, meu amor,
Sou o que contrarias.
Debalde não lutes,
Que nunca obterias
Do leque que abro,
Aquela que no meu peito guardo!

Aquela casa!
Aquela casa!