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A aranha

A aranha


Ela se contraia e se agitava em sua teia molhada, pendendo com o peso da água, curvando com o vento, encurralado no canto onde ninguém a via. Minúscula nesse universo, com a alma gélida. Suas patas tangiam essa realidade. Presa num sonho dentro do sonho.
   Na sua mente minha teia se fazia, escura e fria. Eu a amava, e meu sangue se desvanecia.
   Ela descia por um fio, quebrando toda barreira, sem ruído, com artimanhas tais, penetrando em minha alma, encontrando ali o vazio. Ela girava ao meu redor, toda cheio de rodopios, fazia um tornado na minha mente, fazia frio.
   Suas patas tocavam minha pele, aquele canto mínimo, me transformando em alguém que eu não conhecia.
   Tirou de mim a minha lucidez, aquela valsa que ensandecia. Ela levou minha alma, levou minha vida.
   Uma aranha havia me picado, eu alucinava, eu morria.

 

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sábado, agosto 13, 2011 - 17:12

Poesia :

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lucasgsantos

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