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Atenção
São os versos que gotejam lá fora
Longe da inércia dos corpos
Pingos na imensidão além-nós
Cadenciam o retrato vivo
Que somos, agora, a latejar...
Escuta!
É o plenilúnio que se descola do céu
Para orvalhar os nossos cabelos...
Batismo burlesco da carne que arde
E tudo o que era noite, continua sendo
No contraponto de sua própria negação...
Escuta! Amor! Escuta!
São as palavras que ronronam
querendo amplificar-se dos versos
no estalar dos ossos, na lambida do vento
que ainda ecoam nas paredes lisas
enquanto olhas o nada quando olhas para mim...
Escuta!
Antes que te perca para os sonhos... uma vez ainda, escuta!
(...)
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Comentários
Re: Atenção
São as palavras que ronronam
querendo amplificar-se dos versos
no estalar dos ossos, na lambida do vento
que ainda ecoam nas paredes lisas
enquanto olhas o nada quando olhas para mim...
Poema bonito, gostei de ler! :-)
Re: Atenção
Obrigada Henrique!
;-)
Re: Atenção
Escuta!
Escutar é pouco, para quem não souber distinguir os sons que se ouvem ao ler este poema.Será preciso entrar nele e sentir-lhe toda esta constante movimentação, este latejar que nos envolve nele e por ele
Lindíssimo, adorei
beijo
Matilde D'Ônix
Re: Atenção
Obrigada a todos!
É muito bom saber que fui ouvida!
bjs
Re: Atenção
Olá poeta
Atenta fiquei lendo teus versos
em silencio, mas ele não me deixaram
sem ouvir o som de cada letra entre
elas se falando e me chamando todo
tempo...Lindo poema...Parabéns!
Beijinhos no coração
Re: Atenção
Um poema maravilhoso que se faz ouvir, sem precisar de pedir
"Escuta!
Antes que te perca para os sonhos... uma vez ainda, escuta!
"
Abraço
Nuno
Re: Atenção
Quem não escutará este poema?
Pode perder-se tudo menos os sonhos.
Gostei e retribuo.
Bj
Re: Atenção
Daisy,
Eu li este poema, retirei os olhos do WAF e continuei ouvindo-o... Sabes, tens um dom elevado para a poesia (e o que eu te digo não deve soar como novidade pois, tu já o sabes, embora seja possível que não o tenha percebido ainda).
Assim sendo, espero que siga com a poesia que, é estranhamante evolutiva - há alguns anos eu escrevia de modo péssimo, agora o que foi ruim tornou-se menos ruim, mais tragável.
O grande problema de quem se propõe a seguir no caminho dos versos é a série de sensações que não chegam ao destinatário (aliás, ainda não identifico o meu e, é bom que seja assim).
Temos (nós, estes que somos) esse ritual de criação que parece único em cada um mas, na verdade é identico na essência: um alívio imediato por conseguir expressar um apanhado de emoções num poema, por exemplo.
Ficaria mais por aqui, a lucubrar acerca de quem somos, usando meu foco egoísta como explanação completa...
Bom, melhor eu seguir meu caminho,
Abraços fraternos, Robson!
Re: Atenção
Obrigada Robson pelas gentis palavras!
Concordo: quando a poesia se desmembra de nós, toma muitas formas que não são reconhecidas pelo destinatário... por vezes nem por nós mesmos... ela se torna um organismo a parte... se liberta de uma forma ou de outra...
Quanto a evoluir, não sei se evoluo, não sei se minha poesia evolui... não tenho ainda este entendimento...
Mas continuo a buscar evidências e caminhos, bem como estes me trouxeram até o WAF...
Obrigada, mais uma vez, por me ler nas linhas que escrevo... já valeu a pena ter escrito e postado isso hoje!
bjocas
;-)