Beijo de infinito

A deliciosa maré de um solstício trouxe-Te bela
deste à costa sob o indecifrável luar
sopro o amor ao sombrio horizonte
palpitante desejo de te reencontrar.

Bebo das ondas o eco da tua voz
audível por entre a certeza de uma dúvida,
de novo grito e clamo
e o som mítico vem me escurecer a alma.

Na praia, a céu aberto
envolves-me no teu calor
enquanto o choro das estrelas
são as lágrimas da tua dor.

No recôndito da minha alma
levito no canto das tuas imagens
as lembranças do passado que foi e é
atingem-me oníricas paisagens.

De repente um raio de luz surgiu
acertou-me em cheio no coração
sinto-me leve como uma pluma
conduzes-me sobre o oceano pela tua mão.

Baloiçando ao sabor do tempo
sou oceano que acaricia o azul reflectido no ar
navego de braços abertos ao encontro de ti
enquanto afagas cada gota de meu mar.

A areia da praia é minha almofada
e onde por ti chamo sem cessar
se me ouvires no teu mundo
sou eu que num beijo de infinito te quer amar.