Beira-Bar em Beagá

Eu estava por ali, atentamente observando o cenário
Pensava no mar, sonhava com a musa que me inspira
Lembrava-me do brilho do sol, e das gaivotas no céu
Tomava mais um gole de cerveja, sem qualquer receio

Observei aquela esquina num recanto da praça, repleta
Como sempre ocorre, uma linda tigresa exibia sua plástica
Um automóvel da década de 60 também passa e se destaca
O garçom que saíra em busca do tira-gosto trazia-o já

Alguém com as mãos talentosas, batuca à mesa do bar
A garçonete de nádegas sedutoras debruça-se à frente
Mulheres, não apenas os homens, ficam a admirar a cena
Uma senhora da mesa ao lado censura-a abanando a cabeça

Dois ou três garotos fazem travessuras sobre seus skates
Outros mais, um pouco mais à fente, empinam suas bicicletas
Ali não se vê areia, tampouco o mar, faltam ainda os banhistas
Assim é Beagá, Santa Tereza, zona boêmia de etílicos farristas

Falta-nos aqui a beira-mar, mas gostamos muito duma beira-bar
Onde nossa gente se encontra e nem se lembra de tristezas
Recanto de trocar carinhos, namorar muito e amar intensamente
E de buscar os encantos e as seduções da apaixonante boemia