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BIDÉ DE LÁGRIMAS SEM ESPÍRITO
Dentro de mim
acontecem lugares envidraçados,
de onde espreitam caras que não cabem
num espelho de reflexos anoréxicos.
Anorexias sem roupa
que falam palavras tontamente roucas.
Rouquidões de agulha grossa
nas veias de uma gravata esfomeada de fomes.
Fomes de olhos alheios ao centeio do óbvio.
Galhos de loucuras ceadas
em dor de cotovelos onde cantarolam galos
cuja crista é uma mixórdia de beijos lascados.
Beijos de lábios térreos
em rumos de fumos aéreos despenhados em tosse
de corda desfiada por vertigens sexuais.
Cordas cuja bamba são garbos de amor
num bidé de lágrimas sem espírito.
Choros de poesia
em verbo de pedra amamentada por seios secos
cujos mamilos são dinheiros saltitantes.
Certezas magras
agregam escrúpulos gordos
ao arrojo das formas motorizadas do imaginário.
Fantasias cujo pensar são paisagens alucinantes,
preâmbulos andantes de folha em folha
numa flor de cascavéis bíblicas.
Aspectos sem ar,
condenados alarmes desarmados por mãos
cujas luvas são serapilheiras ventiladas por almas caiadas.
Almas que puxam carroças
pelos martírios do inferno de dedos apontados
a polegadas de ecrãs gatinhados sobre silvas.
Carroças cujas rodas
são amplidões de vozes em língua negra.
Língua recheada
de bermas usadas sutiã de sereias
algemadas a vinhos envenenados.
Vinhos de cor âmbar
que engana a lucidez nua
dos sentimentos sóbrios em bocas ébrias.
Bocas de onde as palavras
balançam malhos que sovam alvas cruas
num tacho de sopas insanas ao lume do tempo.
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Comentários
Ola, meu amigo vim aqui
Ola, meu amigo vim aqui novamente reparar uma palavra que errei sem querer:escrevi no comentário anterior ao seu poema que o título do seu poema era um convite inaceitável,queria dizer :É UM CONVITE IRRECUSÁVEL,pois títulos diferentes e originais me chamam a atenção;peço desculpas pelo erro.abraços
Meyre
As la´grimas de um
As la´grimas de um poeta
que jorram na densidade
de um teorema ...
Muito bom , sempre !!!!
Beijos
Susan
O título é um convite
O título é um convite inaceitável para a leitura e o texto em sí é fantástico. abraços
MEYRE