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Canção das meninas mortas (Gabriela Mistral)

E essas pobres meninas mortas,
escamoteadas em abril,
as que surgiram e afundaram-se
como nas ondas o delfim?

Onde é que foram e se encontram,
a custo contendo o riso,
ou escondidas esperando
voz de um amante que seguir?

Diluindo-se como desenhos
que Deus deixou de colorir,
pouco a pouco afogadas como
em suas fontes um jardim?

À vezes procuram nas águas
ir recompondo seu perfil
e nas carnudas rosas róseas
quase começam a sorrir.

Nos campos elas acomodam
o talhe, o vulto quebradiço.
e quase logram que uma nuvem
lhes dê seu corpo num ardil.

Juntam-se quase as desmembradas,
quase chegam ao sol feliz.
quase desfazem seu trajeto
recordando que eram daqui.

Quase anulam sua traição
e caminham para o redil.
e quase vemos ao crepúsculo
o divino milhão surgir!

Gabriela Mistral (1889-1955), poetisa chilena, Nobel de Literatura de 1945. Poema traduzido por: Teresa Almeida Pina.

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domingo, julho 17, 2011 - 12:11

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