CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A carne
Odeio a minha cara.
Odeio como lhe sinto as expressões e tenho consciência de cada músculo. Tenho consciência, porém não controlo. Odeio-a tão rígida, não sei o que fazer com ela. Por vezes é como se não fosse minha.
— Rigoroso sentido esse, o Imutável. Querias parar de sentir, pois bem, corta-a fora. E deixa essas expressões medonhas irem com ela. Espera, depois, que nasça uma nova, perfeita para o uso que lhe dás. E o sentido, diz-me se se foi embora.
— Não tens, no rosto, as linhas puras que pretendo alcançar. Transformas-me em algo que eu não sou. Roubas-me de mim pela crueza da tua expressão. Não obedeces aos teus sentidos! E, no final, troças de mim levando-me a pensar que és o que não és?
O que dizias do Imutável? A razão deixou-o há muito. Vil criatura do céu e do inferno. O sentido é que perdeu a direcção! Sentimentos parados no tempo. Ó pele, porque não me pertences como vejo nos meus semelhantes? Traz-me a expressão, devolve-ma à cara. A alma está cansada de ser traída. Músculos teatrais, senti — por uma vez que seja! Representam sempre o texto de outro autor que me é estranho. E vós, ossos, não fosse precisar de sustentar os orgãos dos sentidos, e partia-vos com um pedregulho encontrado na praia. Talvez assim a vossa estrutura se parecesse mais comigo.
Anseio, enfim, libertar-me desta coisa que é a carne. Deixa-la toda a apodrecer e gozar, assim, a vontade que é a minha.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 866 leituras
other contents of infectofacto
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Respiro terra | 0 | 301 | 03/20/2012 - 20:35 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Conceptus | 0 | 383 | 03/20/2012 - 21:16 | Português | |
Poesia/Geral | Majestade | 2 | 391 | 03/21/2012 - 00:19 | Português | |
Poesia/Geral | Exercício | 0 | 275 | 03/21/2012 - 19:21 | Português | |
Poesia/Geral | Temporal | 0 | 319 | 03/21/2012 - 22:30 | Português | |
Poesia/Geral | Madrugada | 1 | 357 | 04/19/2012 - 02:08 | Português | |
Prosas/Outros | Infecto Facto | 1 | 571 | 04/19/2012 - 02:09 | Português | |
Poesia/Geral | Ritmo | 1 | 824 | 04/19/2012 - 02:12 | Português | |
Poesia/Geral | (Untitled) | 2 | 980 | 04/19/2012 - 02:26 | Português | |
Poesia/Geral | Estupefacção | 3 | 894 | 04/19/2012 - 22:55 | Português | |
Poesia/Geral | deus | 4 | 868 | 04/21/2012 - 02:19 | Português | |
Poesia/Geral | Os alienados | 3 | 964 | 04/21/2012 - 22:17 | Português | |
Poesia/Geral | O meu amigo | 2 | 841 | 04/24/2012 - 23:22 | Português | |
Poesia/Geral | Da procura | 2 | 824 | 04/25/2012 - 03:51 | Português | |
Poesia/Geral | A carne | 0 | 866 | 04/25/2012 - 12:13 | Português | |
Poesia/Geral | No escuro | 2 | 855 | 04/28/2012 - 22:20 | Português | |
Poesia/Geral | Os felizes | 2 | 853 | 05/14/2012 - 18:50 | Português | |
Poesia/Geral | Justificação da realidade | 4 | 824 | 05/20/2012 - 17:53 | Português | |
Poesia/Geral | Ladainha | 3 | 867 | 05/21/2012 - 04:10 | Português | |
Poesia/Geral | (Untitled) | 2 | 827 | 05/25/2012 - 21:22 | Português | |
Poesia/Geral | Iluminação | 0 | 729 | 06/01/2012 - 04:10 | Português | |
Poesia/Geral | Sonhos | 0 | 714 | 07/17/2012 - 10:43 | Português | |
Poesia/Geral | Navego | 1 | 794 | 08/06/2012 - 01:09 | Português | |
Poesia/Geral | Jazz | 0 | 754 | 08/17/2012 - 01:02 | Português | |
Poesia/Geral | Calafrio | 0 | 768 | 08/30/2012 - 02:02 | Português |
Add comment