Carregadas e nubladas palavras

Carregadas e nubladas palavras,..

Desequilibram-se no seu próprio contexto,
Precipitando-se sobre um pequeno vale de convivência e sociedade,
Que por fim, mergulham num tranquilo riacho fronteiriço…
As mais pequenas diluem-se nas correntes, não afectando o curso
Mas num dia como outro qualquer… um desmedido penedo soltou-se…
O seu volume de inconsciência, faz transbordar aquela ribeirinha de cristal
Até aqui tolerante,
Inundando irremediavelmente toda a margem da amizade.
O vale está agora irreconhecível…
O verde da harmonia ficou submerso em águas sujas de hipocrisia e ressentimento.
À tona da água…
Apenas girinos parasitas que se alimentam de sedimentos apodrecidos antes sepultados visceralmente…no leito das vidas.
Será então necessário que a natureza das essências…mesclada com o sol em raios de tempo, volte a secar as margens, fertilizando novamente as sementes puras e genuínas
Delas… irão florescer verdes e suculentas esperanças de bondade, salteadas com pequenos brotos semi-floridos de perdão, tornando o “vale” mais esplendoroso do que nunca…
Ou não… (pausa 3 seg)
Vejo toda a gente unanimemente de acordo, numa concordância transcendente
Aqui e agora,
no papel e na tinta destas letras, mas…
Não se iludam
Todos nos reconhecemos nas palavras bonitas e no fácil abanar de cabeça, porventura até bater algumas ruidosas e secas palmas…
Contrariando ironicamente os compulsivos actos e acções, que mais tarde numa perfeita metamorfose, serão…
Carregadas e nubladas palavras,.