CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Coisas de casár
COISAS DE CASÁR
Jorge Linhaça
Ele:
Oi qui nóis semo já véinho
muitos causo temo pra cuntá
coisas boa e uns desatino,
de adurtos e de meninos,
aqui e alí, lá e acolá.
Nossa históra é sem inguár
ou quem sabe tem paricida
nóis um era um lá e otro cá
e num havia jeito di si acertá
módi nossas históra di vida.
Minha véia era dum jeito,
e eu di um outro jeito era,
sempre fui um bão sujeito
mas tenho us meu defeito
num sô di fugi di guerra.
Minha véia é mais contida,
mais de ficá em cima du muro,
não gosta muito de briga
mas avevía ouvindo intriga
e me chamando de casmurro.
Sô di sê o que pareço,
num gosto de vê falsidade,
solto a língua, pago preço,
-e muitas vezes eu padeço-
por falá sempre a verdade.
Foi por essas e por outras
que avivemos asseparados:
a vontade dus bejo na boca;
uma sôdadi duída e lôca;
os coração incomodado.
Cada quár cum seu cada um,
cada um com seu cada quár,
pior que caroço di angú,
i cercados di uns urubú,
a fazer di tudu um espinhal.
Mai u tempo foi passando,
as coisa forum contecendo,
us sentimento fôrum ficano,
as dores si acomodando,
i as verdade aparecendo.
Num foi fácir, ocês acredite,
eu e ela, os dois, turrão
mai quando o amor inziste,
num há nada que arresiste
à força di dois coração.
Hoje nóis oia pra trás
i fica inté pasmo di vê:
quanta dor qui a gente traz
quanta besteira si faz,
por conta de tre-lê-lê.
Ela:
Ah, meu véio, tome tento,
eu já vejo bem diferente,
verdade que foi um tormento,
que fartou em nóis alento,
mais isso foi só entre a gente.
Ocê acha qui teve gente,
qui si meteu no romance,
com as língua de serpente,
i qui ficarum contente
de ver a gente distante.
Verdade que inté pareceu,
por conta das hora ocorrida,
mas, se eu era tua e tu meu,
quem disse passou e morreu,
e nois seguimo as nossa vida.
Vancê ficou arreliado
por conta di uns acontecido:
Se virou logo no diabo,
chutou os balde pro lado,
quereno tudo esclarecido.
Mai eu num sô di falá,
e fiquei sem arrespondê,
as coisa garraram a piorá,
e o povo a mi agradá
e a si afastá di ocê.
Fiquemo us dois irritado,
larguemo di nus falá,
os coração apertado,
os oio, d'água, enxarcado,
i cada um no seu lugá.
Ocê saiu, correu mundo,
eu nu meu canto fiquei,
a dor mordendo bem fundo,
i eu num medo profundo
nus amigo me agarrei.
Ocê ficou assombrado
di vê eu cum seus "inimigo",
acho que inté inciumado,
mando mais di mil recado
cabando cum eles e cumigo.
Mais isso é coisa passada,
ninguém manda nu coração,
a vida seguiu a estrada,
e nossas ármas cansadas
acabarum si dando as mão.
obs:
Este poema é obra de ficção, baseado em fatos reais.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 935 leituras
other contents of Jorge Linhaca
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditação | Reeducação Alimentar | 0 | 998 | 05/29/2011 - 22:34 | Português | |
Poesia/Geral | Prosopopéia | 0 | 1.781 | 05/29/2011 - 22:32 | Português | |
Poesia/Geral | ONOMATOPéia | 0 | 1.635 | 05/29/2011 - 22:31 | Português | |
Poesia/Geral | GIRIGOTISMO | 0 | 910 | 05/29/2011 - 22:27 | Português | |
Poesia/Geral | GIRIGOTISMO | 0 | 1.202 | 05/29/2011 - 22:27 | Português | |
Poesia/Geral | ONOMATOPÉIA | 0 | 3.245 | 05/29/2011 - 22:25 | Português | |
Poesia/Geral | colisão | 0 | 1.320 | 05/29/2011 - 22:24 | Português | |
Poesia/Erótico | CALIPÍGEA | 0 | 10.621 | 05/29/2011 - 22:23 | Português | |
Poesia/Amor | Farol da Paixão | 0 | 1.107 | 05/29/2011 - 22:21 | Português | |
Poesia/Dedicado | Sangue Lusitano- Rondó | 0 | 1.363 | 05/29/2011 - 22:17 | Português | |
Poesia/Canção | O Cravo e a Rosa | 0 | 1.835 | 05/29/2011 - 22:16 | Português | |
Poesia/Fantasia | O Caranguejo e a Sereia | 0 | 1.393 | 05/29/2011 - 22:14 | Português | |
Poesia/Desilusão | Pontes Partidas | 0 | 1.004 | 05/29/2011 - 22:12 | Português | |
Poesia/Fantasia | Ó Ninfa Esperança | 0 | 794 | 05/29/2011 - 22:11 | Português | |
Poesia/Meditação | O Gênio Engarrafado | 0 | 1.250 | 05/29/2011 - 22:09 | Português | |
Poesia/Meditação | O Bom Pastor | 0 | 1.107 | 05/29/2011 - 22:07 | Português | |
Poesia/Amor | Meu corpo no teu corpo | 0 | 1.221 | 05/29/2011 - 22:06 | Português | |
Poesia/Geral | Filigrana | 0 | 1.524 | 05/29/2011 - 22:03 | Português | |
Poesia/Meditação | Caminh'agora Rondó | 0 | 966 | 05/29/2011 - 21:59 | Português | |
Poesia/Alegria | Beira Mar | 0 | 1.413 | 05/29/2011 - 21:56 | Português | |
Poesia/Amor | VERSOS AO MEU PAI | 0 | 1.585 | 05/29/2011 - 21:46 | Português | |
Poesia/Meditação | Senhora dos presságios | 0 | 918 | 05/27/2011 - 23:11 | Português | |
Poesia/Alegria | Borboletas | 0 | 1.020 | 05/27/2011 - 12:59 | Português | |
Poesia/Meditação | Banho de Chuva | 0 | 1.354 | 05/27/2011 - 12:55 | Português | |
Poesia/Fantasia | A Viagem | 0 | 846 | 05/27/2011 - 12:54 | Português |
Add comment