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Se a saudade é orgulhosa,
Lentamente se aprofunda na dor
E a dor sobrevoa no tempo
Até que a solidão convalesça.
Caso a solidão seja hipócrita,
Velozmente a saudade a dissipa
Perante os ventos que sopram
Inescrupulosamente sem direção.
Quiçá saudade e solidão sejam primas
E, enquanto uma chora, a outra sorri
E vice-versa na combustão das horas
Já cansadas de revelar-lhes o destino...
Não se vê solidão na saudade latente,
Não se vê saudade na solidão apócrifa,
Pois se o destino trouxer solidão frenética
É porque a saudade é ortodoxa e inexorável.
Então saudade e solidão são as reais peças
Da amistosa anistia que o tempo concede à dor
A fim de que no clímax indelével do amor
Possam ambas conjugar-se simultaneamente.
DE Ivan de Oliveira Melo
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