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Condenado
Aquele silêncio o perturbava
Sentia o desconforto
Atormentar sua imaginação
E só desejava a liberdade.
Não saberia ao certo o que fazer com ela
Mas gostaria de correr pelos campos floridos
Sentir o frescor das flores
E ver o voo das borboletas.
Talvez isso acalmaria o seu coração
Talvez pudesse viver outra vez
E, quem sabe, sentiria o prazer de viver.
A realidade, porém, não será assim tão fácil
Não consegue ver além dessas grades
Nem poderá ouvir os sorrisos de outrora.
O cheiro fétido desta cela pequena
O faz lembrar de sua culpa
Da vida inocente que tirou.
Condenado a pagar pelos seus crimes
Sente o frio da solidão estendendo seus braços
E o pavor da morte que o ronda todos os dias.
Não pode desfazer o que já fez
Nem voltar no tempo
O destino é agonizar na escuridão
O mal que há em cada um de nós
Pode levar o ser humano à perdição.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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