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As cores do pássaro verde
Tu sabias.
E, por saberes
Costumavas pintar as cores do pássaro verde
com pinceladas de dor e desespero
não obstante o acaso e o medo
desenhavas os dedos,
com os olhos dos voos ocultos
como se fossem rodopios do teu acossado ser.
Órfão de ti.
Desposado de tudo.
Já tudo era ontem e as tuas asas destruídas
Arredores e telas fingidos de paciências subtis
Paisagens vedadas vestidas de renúncias envergonhadas
Espiavam por detrás da tua imóvel figura.
Tu sabias,
E, por sabê-lo
Juntaste as cores e enterraste-as na argila sem cor
Fechaste as portas simulando fechaduras
com a ideia ensombrada que algum brilho se abrisse.
Tu sabias,
E, por saber
Da negra cor do pássaro verde
Decidiste pintá-lo até ao fim
Converter-te, para sempre, nele
E, desaparecer…
(O verdadeiro grande artista não deseja criar: Deseja que o mundo seja um lugar em que ele possa viver a vida da sua imaginação. A primeira cor trémula que assenta na tela é a do anjo ferido: Dor.)
A Ti Meu Amigo.
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Poesia :
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Comentários
Re: As cores do pássaro verde
Viver a imaginação na realidade.
Que sonho seria.:-)
Gostei MT!
Beijo
Re: As cores do pássaro verde
Belo poema e bela dedicatória, que foi, por acaso, onde mais me retive, porque me fizeste lembrar um filme lindíssimo “Big Fish”… e dei com o meu pensamento a resvalar para o “man of the hour” dos Pearl Jam que faz parte da banda sonora.
Obg por este momento.
*Beijo.
Re: As cores do pássaro verde
Apesar da tristeza da dor que envolve o teu poema existe beleza no “pássaro verde”
Bjs
IC
Re: As cores do pássaro verde
Admiro muito a tua maneira de escrever...
muito lindo...este poema:
"Tu sabias,
E, por sabê-lo
Juntaste as cores e enterraste-as na argila sem cor
Fechaste as portas simulando fechaduras
com a ideia ensombrada que algum brilho se abrisse."
Está magnifico...
beijo
Breizh