Deixa lá

Deixa lá!
Vive pelos conformes,
No ter de ser,
Ou vive só por viver.
Continua assim,
Sem jeito,
Ou jeitos e tiques,
Vicíos ou merdíces,
Feito uma mosca,
A pousar em ti próprio.

Deixa lá,
Não te julges.
Sorri de sorriso amarelo,
Como o sol quebradiço,
Que brilha de inverno.
Tira um dia ou todos os dias,
Como se fosses importante,
O chefe da tua imaginação
Ou simples peso morto,
Sem esperas nem fins.

Deixa lá,
Deixa estar-te aí,
Quando chegares a algum lado,
Dissimulado de ti,
Não te esqueças dessa vontade
Oca.

Deixa lá,
Não te levantes por minha causa,
Que não aprecio educação,
Podes errar,
Não ter formatos,
Fazer de conta que não me conheces,
Que até te agradeço.

Deixa lá,
Que nem o teu nome sei,
E nem queiras saber quem sou,
É melhor assim,
Porque não te quero aturar,
Nem quero que me olhes
E arrasta contigo,
Todo esse deixar estar,
Não quero saber ,
Se existes,
Se morres,
Ou só se és alguma coisa,
Deixa lá!