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A DESCULPA NÃO APAGA A DOR
A desculpa não apaga a dor,
nutre-a com porquês, ses e mas… Dá-lhe forma.
O tempo não a despinta,
não volta para trás… É tinta que não perdoa.
A distância não a afasta, não a esquece… Fá-la crescer.
O silêncio não a cala… Dá-lhe voz.
As lágrimas não a lavam,
sujam-na com mágoa… Nódoas frias.
O grito não a afugenta… Dá-lhe corpo.
A noite não a esconde,
veste-a de breu… Exibe-a céu sem estrelas.
O vento não a leva,
embala-a em tempestade… Dá-lhe robustez.
O álcool não a borra, não a faz ir embora…
Torna-a perfeita… Dona de nós em nós indesatáveis.
A tristeza é a sua sombra… A saudade o seu pilar…
A queda é o seu lugar.
A solidão é o seu sentir… O adeus a sua cor…
Aroma a nada é o seu ar.
A poesia é a sua melodia… A morte a sua alma…
De pedra é o seu ser.
O ódio é a sua palavra… A raiva o seu dizer…
Gesto calado é o seu escrever.
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Comentários
Olá, Henrique,Neste teu
Olá, Henrique,
Neste teu poema eu vejo uma análise, aprofunfada,
sobre um determinado sentir, nomeadamente,
acerca da dor, que eu subscrevo quase
integralmente. Quanto à boa qualidade,
na tua escrita, desde sempre
a reconheci. Um Abraço,
:-)