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Desterros
Belo como o de Narciso,
revejo teu sorriso
e me calo conciso,
pois bem sei
o quanto te preciso.
Amparados num
muro sem arrimo,
como tolos
nos ferimos;
e sem bem saber
o que fazer
com a felicidade
que nos foi dada,
deixamos que a sordidez
nos tornasse três.
Já fomos queixume
de um mesmo ciúme,
e juntos nos servimos
da vida em bandeja;
mas, ingênuos, e sem
que se visse,
interromperam o banquete
e varreram nosso amor
para baixo do tapete.
Agora, há que se aguardar
a nova Aurora chegar.
E que os nossos erros,
sejam corrigidos por esses
duros desterros.
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