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Devaneios II O muso imaginado retorna...

Sozinha na noite soturna
imagino da terra a curvatura
será que ainda vês a lua?
Será que ainda sou tua?
A toda essas, a essa altura?

Ando pela noite quente
estou só, estou nua
sou de carne, sou gente!!
Leio-te, sinto um desejo ardente
sou bruxa, sou vidente
vejo-te com frio, distante
entro no cio, neste instante
torno-me tua etérea amante
sinto tua boca sequiosa
a beber em meus seios de bacante
a comer minha rosa vicejante
me amando de forma gulosa
sento-me, imagino-te, sinto-me
tomo mais um gole de teu absinto
caro, raro, alucinante e sem preço
(leio mais um verso, venenoso codeço)
Sinto-te então um ser sedento
por ti sou inteira sorvimento
sinto-te em mim por dentro.
alargando-me, agradando-me
tendo-me, sendo-me tudo que quero.
Sinto-te um cravo de ferro
me retorço, solto um berro
abro o olho não te enxergo
triste solitária me envergo
choro, jorro a água quente do meu amor
ter-te e não ter-te é quase dor
mas há uma consolação
sinto ainda o TEU calor em meu corpo vão
ouço, ainda ouço, o som de teu poço
Vivaldi em terno alvoroço
regendo com a minha mão
talvez a quarta estação.

Estou ficando louca
como posso eu beijar minha própria boca?
sorver meu próprio seio?
reger eu uma sinfonia?
Sou Mozart em agonia
imaginando um novo nome
para este etéreo homem
que de mim não some.

Apenas cada vez mais afim
morro, esse destino não acato
um dia terei-te em ato
profano dentro de mim.

Mas enquanto isso não acontece
a poesia me arrefece
e como se fosse um ato santo
a noite envolve-me em um manto
leio teus versos de profano encanto

E pronto, chego ao ponto
não tenho pressa
tuas letras única promessa
tenho muito mais que todas no mundo
tenho teu universo poético fecundo.

Então rezo-te, penso no tanto que prezo-te
e faço um verso de métrica louca
nua, à luz da lua beijo-te com minha boca.

És meu anjo
e eu teu banjo
onde tocas uma canção
que toca meu coração
e salva-me deste inferno
chamado solidão.

Beijos imaginados, mas nunca talvez em matéria tão intensos, beijos e desejos, por ti imensos...

Submited by

sexta-feira, dezembro 4, 2009 - 01:38

Poesia :

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analyra

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Comentários

imagem de Mefistus

Re: Devaneios II O muso imaginado retorna...

analyra;
Fortes sentimentos num poema lindo e intemporal
Que magia, que força, que potento!!

Amei

imagem de LilaMarques

Re: Devaneios II O muso imaginado retorna...

Amiga, este muso te alucina mesmo hein!
Seja lá imaginariamente ou não, o que importa?
Que boa alucinação!
Deixe-se enlouquecer mesmo...

Beijocas. :-)

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Devaneios II O muso imaginado retorna...

Poema repleto de sensualidade.

Gostei muito,
parabéns,
REF

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