CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Divagação de um poeta na noite de sua vida

Nesta solidão que me cerca
Eu contemplo o seu olhar a me conduzir
Ao infinito do meu pensamento
Que procura nas lembranças de tempos remotos
A alegria do seu sorriso nas manhãs de primavera.
O tempo passa lentamente nos olhos cansados
E a brisa da tarde chega suave espantando o calor
De um sol amarelo que procura se esconder
No horizonte distante
Atrás das árvores refletidas nas águas a serpentear
As colunas de areia.

Tento esquecer o seu sorriso que tanto me acalentava
Seus olhos a me dizer o que havia no seu coração
Sua forma esbelta de olhar para as nuvens
E deixar os pensamentos
Escorrerem pela sua boca pequena.
Há uma profunda dor que incomoda lentamente
E aumenta conforme as horas vão passando.
É como se as areias da ampulheta quisesse dizer
Que o tempo não volta mais.

Na verdade eu já sei de tudo isso
Mas parece que as respostas para as minhas perguntas
Já não são capazes de convencer-me de que a realidade
É esta mesma que está diante de mim.

Observo o beija-flor que bate suas asas incansavelmente
E paira no ar como se me olhasse
E eu quero ser livre como ele.
Então deixo escorrer de meus olhos aquela lágrima teimosa
Que procura fugir do silêncio que me cerca.
Percorro as campinas verdejantes a minha frente
Mas nem sei se são verdes as folhas que contemplo.
Meus olhos confundem-me a todo instante
E o que sinto nem sempre é o que estou sentindo
Pois meus sentimentos são como as miragens do deserto.

Você é como essa estrela que estou olhando
Que vejo brilhar e ofuscar a minha visão
Então levanto as minhas mãos e você se afasta
E quanto mais corro em direção a ela
Mais longe ela fica de mim.
Não sei porque foi preciso caminhar nesta estrada
Que só me prende as lembranças
De um tempo que não volta mais.

Meus dedos estão encurvados
Eles nãos querem mais escrever sobre isso
Querem um descanso para seus ossos e músculos
Mas o pensamento divaga
Eles precisam ser pontuados e eternizados neste papel.
Não adianta pensar tudo isso e não falar
Onde mais encontraria respostas para estas perguntas?
Não são as respostas que movem o mundo
Mas o que seria do mundo se não houvesse as perguntas?

Agora meus passos são lentos
Não tenho pressa mais de chegar a qualquer lugar
Quero olhar tudo a minha volta
Sentir o perfume das flores e ouvir o canto dos pássaros.
Não me importa a distância
Nem o medo pode me afastar de buscar essa esperança
Esse olhar que se destaca na multidão.

Na minha mente há uma enorme confusão
Perguntas sem respostas me torturam
Pois preciso saber quem é você
E como surgiu assim na minha vida.
Não pode simplesmente aparecer do nada e mudar tudo assim
Sem uma explicação plausível.
Agora eu preciso ir
Para o meu caminho
E preciso esquecer tudo isso
Que permeia os meus sentimentos.
Só quero sentir suas mãos suaves a acariciar meus cabelos
E sua voz me dizendo para acreditar nos seus olhos.

Eu apenas quero deixar o vento levar meus pensamentos
E meus dedos registrar
O que sinto no meu coração
Nesta noite de nostalgia
Quando penso no seu olhar tão lindo.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

sexta-feira, novembro 27, 2020 - 01:04

Poesia :

No votes yet

Odairjsilva

imagem de Odairjsilva
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 2 dias 17 horas
Membro desde: 04/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 17099

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Odairjsilva

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Intervenção Contra o racismo 6 1.862 04/07/2024 - 13:06 Português
Poesia/Desilusão Do amor não correspondido 6 3.758 04/06/2024 - 13:18 Português
Poesia/Intervenção Contra o bullying 6 1.751 04/05/2024 - 21:58 Português
Poesia/Amor Impossível ignorar 6 890 04/05/2024 - 01:43 Português
Poesia/Desilusão Não posso te esquecer 6 2.786 04/04/2024 - 01:54 Português
Poesia/Desilusão Seu prisioneiro 6 986 04/02/2024 - 10:51 Português
Poesia/Amor Um poema sem palavras 6 934 04/01/2024 - 18:33 Português
Poesia/Desilusão Quando não se pode evitar 6 1.533 03/30/2024 - 12:27 Português
Poesia/Pensamentos Observação 6 2.844 03/27/2024 - 21:12 Português
Poesia/Desilusão Agora o coração reclama 6 611 03/26/2024 - 19:13 Português
Poesia/Intervenção A insensatez da guerra 6 596 03/25/2024 - 18:49 Português
Poesia/Intervenção Senso crítico nebuloso 6 1.830 03/24/2024 - 12:39 Português
Poesia/Desilusão Entre as sombras da noite 6 4.124 03/23/2024 - 13:32 Português
Poesia/Intervenção O espelho da realidade 6 984 03/22/2024 - 12:17 Português
Poesia/Dedicado À beleza do verso 6 2.289 03/21/2024 - 19:00 Português
Poesia/Amor Permita-me 6 478 03/21/2024 - 10:51 Português
Poesia/Alegria Outono 6 972 03/20/2024 - 21:06 Português
Poesia/Pensamentos Deixando marcas no tempo 6 1.510 03/19/2024 - 10:38 Português
Poesia/Amor Um pedaço do céu 6 655 03/18/2024 - 18:56 Português
Poesia/Meditação Desafios 6 2.235 03/17/2024 - 12:51 Português
Críticas/Livros Odair José, Poeta Cacerense toma posse no PEN Clube de Escritores 6 3.200 03/16/2024 - 02:09 Português
Poesia/Fantasia Viagem poética 6 1.106 03/13/2024 - 23:50 Português
Poesia/Paixão Minha paixão por você é eterna 6 716 03/13/2024 - 20:26 Português
Poesia/Amor Espero que saiba 6 1.138 03/13/2024 - 01:50 Português
Poesia/Amor Que sorte a minha 6 624 03/11/2024 - 19:56 Português