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E depois do adeus?

Digo adeus ao mundo cinzento da indiferença fria;

dos sorrisos falsos

e dos abraços de mentira.

Separo-me das discussões sem sentido,

dos gritos de angústia

e da violência aleatória do ego.

Deixo para trás a agressividade latente nas filas dos autocarros,

nos escritórios dos edifícios envidraçados,

debaixo dos tectos onde pais e filhos se cruzam.

Digo adeus às multinacionais gigantescas

que infinitamente estendem os seus tentáculos,

sufocando comunidades, nações,

números incontáveis de seres.

Despeço-me dos interesses

e das ambições;

divorcio-me dos medos,

dos rancores,

dos anseios e desejos,

rectrospectivas e perspectivas;

deixo para trás sonhos e intenções,

marcas, modelos e raças,

diferenças e semelhanças,

todos os prazos e projectos

acabados, por acabar, por começar ou planear.

 

Digo adeus a todos os rios conspurcados,

a todas as árvores decepadas,

aos ocenos enegrecidos

e às cidades obscuras

.Abandono o universo inteiro,

esqueço-me de galáxias e mundos,

da minha própria alma,

coração e espírito;

até do sonho de ser maior

ou alguém de todo.


Vede a minha alma a flutuar

para além de tudo,

muito mais além...

 

E agora?

Quem sou eu e para onde me dirijo?

Depois do adeus

a todas as coisas do mundo e de fora dele,

todas as coisas físicas e etéreas,

que caminho resta ao homem vazio?

Continuo aqui, há-de haver uma estrada a percorrer.

Onde me levará ela?

Na ausência de tudo o resto,

quem sou eu agora?
 

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segunda-feira, fevereiro 28, 2011 - 14:51

Poesia :

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