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EMILY DICKINSON NA RIXA COM DEUS PELA PERDA DE CHARLES WADSWORTH Para Ivan Teixeira . (Poema 1260)
Abro a mão do que me cabe
e até a eternidade,
trocaria por amar-te,
ralhando ou não, sem idade.
Cedo morremos, quem parte
não fica rastro suspenso.
Importa termos vivido
e no viver está o tempo,
o paraíso e os sentidos
onde nós nos descobrimos.
E se Deus é tão ciumento,
palavras não serão limo.
Abro a mão desta existência
com teu rosto restituído,
é presunção, talvez ciência.
Tudo me vem distraído.
E o que me foi confiscado,
como esqueceste da vida,
eu na minha, desvalida ,
também me tenho deixado.
Senhor, minha rixa é contigo.
Quando achaste de levá-lo,
achaste que era um cavalo
sobre o teu vale de trigo.
Era todo o bem que eu tinha,
era o que, suave, me dava
esta parreira e eu , escrava
a consumir-me na vinha.
Se não me ouves, me leva !
Que conversarei , sentada
com meu amado na treva,
entre tumbas, madrugada.
E se a Deus nada é impossível,
pode ao meu amigo dar-me ,
por retirá-lo da morte,
sendo carne de minha carne.
E se assim fizer, sou grata.
Porque amor não tem alarme.
E o outro mundo não tem data.
E que o amado possa amar-me.
( de nova edição de OS VIVENTES)
Carlos Nejar
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