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Enquanto forem humanos.
Viverei mil anos,
e enquanto os seres forem humanos,
sentirei.
Sentirei o olhar
de desespero
antes do último
suspiro.
Sentirei na minha própria carne
a falta de cor,
de sopro que fale,
de pulso que não cale.
Sentirei a dor do ser nu,
sem pudor,
que confiante se entrega
crendo incondicionalmente
na cura urgente.
Sentirei se esvaindo,
sumindo,
como se fosse em mim.
A miríade de possibilidades
encerradas, enfim,
deste ser,
que não vive mais,
que chegou ao fim.
Que prematuro diz adeus,
deixando como rastro
o escuro, duro e imponderável
"viver sem a luz dos olhos teus".
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Poesia :
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Comentários
Re: Enquanto forem humanos.
analyra,
O tom existencialista e o movemento de sua poesia trazem ao meu ser pensante sempre um pensamento muito reflexivo.
Muito bom!
Alcantra
Re: Enquanto forem humanos.
Grata, tem um toque existencialista mesmo, a escolha de como conseguimos ser, o momento de manifesto da alma, precedida pelo ser que dormita ainda nos desígnios dos quereres dos tempos anteriores...
beijo