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ESQUECIDOS
Ouvem – se gritos nas montanhas
Mas não são gritos de chamar
São gritos que saem das entranhas
Das montanhas para além do mar
São gritos de gente com alma
Gritam para serem ouvidas
Da miséria ninguém as salva
São vozes que consomem vidas
Entre as montanhas e o céu
Vivem as vidas no seu degredo
Para além do mar vivem sem Deus
São mantidas em pleno segredo
No esquecimento das importâncias
São de tempos a tempos são lembradas
Apenas saem da sua ignorância
Quando às eleições são chamadas
Os seus gritos nunca alarmam
As importantes gentes do poder
Por muitos anos que vivam
Vivem sempre no seu esquecer
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Poesia :
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José Custódio Estêvão
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