Estupro...

Presa á imagem,
Chora a minha alma
Com invisível lágrima,
Sem marca,
Mas deixando laivo
De desamparo
No meu rosto...

Agoniando meu corpo,
Arrasto memórias
De um cenário
A contragosto,
Imposto,
Que me invade
E devassa, me deixa
Vazia,
Sem marca,
Grávida de dor,
E despojada
De todo o amor...

Presa á imagem,
Chora a minha alma
Com invisível marca,
A face de alguém
Que guilhotinou a
Minha mentis sã ...
Agora,
Perdida nesta mágoa,
Colo cada pedaço
De forma aleatória...

...e dói tanto...

Abarco-me, desesperada!

Cravo as unhas
Na carne,
Que abraça
Um ego vazio!

A imagem de um
Membro fálico,
Em gesto masturbatório,
Colocada em meu olhar,
Como acto obrigatório,
Descarna dos meus ossos,
O que sobra de mim!

Oh! Estupro perdido
Neste espaço sem fim,
Do meu ser!!!

Oh! Violação intrusiva,
somente pelo olhar,
sentida!!!!

Fizeste do meu EU,
Nojo,
Enojo,
Monturo,
Náusea,
Poema, não consentido!!!

...e doi tanto...