a expectativa (pt.5: requiem)

a morte é cor?

há arco-iris, emana a luz, surge o frio e o preto.
há sorrisos, cumplicidades, choro e tristeza
há manjares, doces, pão água e azedume.
que se constrói em ambiente quando a morte nos puxa?

elevamo-nos em deuses?soçobramos pela terra?

isto é só uma sala de espera?

as mãos são inúteis: os pés também.
a corrida que se aprouva não faz sentido
o limbo é rei em terra de certezas
onde o absoluto só indica que o coração pára.

a vida é sair e voltar a entrar.
no manto negro, branco, azul, amarelo.
nas cores luzidias em que a morte chega
na sobriedade distante em como se apresenta.

formulações são belas com verão e inverno.
dicotomias e paradoxos em conjunto eterno
de incertezas

giramos convictos que somos muitos.
mas seremos só um.

a nascer. a pensar. a ter como divisa que nos ajudamos mutuamente.

não vale a pena.