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Fábula (Cecília Meireles)

Logo que pode, a azaléia abriu-se.
Ai! tinha um pingo de chuva dentro.

Noites, noites, noites formaram-na.
E meus olhos, esperando.

Será por um breve dia, seu límpido rosto.
Mas já os meus olhos irão dentro dela.

Vejo-os na gota de orvalho.
Vejo-os fechados na seda murcha.

Vejo-o caídos na manhã seguinte.
Fiéis à sua esperança.

Cecília Meireles, poetisa brasileira.

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sábado, junho 4, 2011 - 09:46

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AjAraujo

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