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Fúnebre
Nem só de preto se faz o luto
Nem só de lágrimas fala a tristeza
Nem só de dor se leva a morte
Vives vis palavras de cólera
Morres rés do poço que te condena
Não só com músculos torna-se bruto
Não só com dejetos forma-se a cloaca
Não só com pontos fecha-se um corte
Vermelho velho pano que abafa
Traz atrás pecados de uma centena
Tampouco se cala com gritos de um culto
Tampouco vela-se o morto com leveza
Tampouco se enterra no sul mortal do norte
Comes nomes que apodrecem no inverno
Outono átono tonifica e ordena
Talvez luz sem amor como intuito
Talvez seda num solo de aspereza
Talvez dois quando um não é forte
Se existe um sinal,afasta o susto
Se persiste o pulsar,viver é nobreza
Se insiste o que não há,repete-se a morte
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Poesia :
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Comentários
Re: Fúnebre
Muito interessante.
"Talvez luz sem amor como intuito
Talvez seda num solo de aspereza
Talvez dois quando um não é forte"
Abraço
Re: Fúnebre
É preciso ter força para nos erguermos das ruínas da vida.
Belo texto!
Re: Fúnebre
O seu poema também não é só de letras,
há muito sentimento!!!
:-)
Re: Fúnebre
"Nem só de preto se faz o luto
Nem só de lágrimas fala a tristeza
Nem só de dor se leva a morte"
Bonito, mas triste.
bj
Re: Fúnebre
Gostei bastante
Um poema belo e inteligente
Abraço