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Fedor

Desperta o fedor
E não posso sentir nada
As suas asas imutáveis
no negro, nem matriz nem gradação.
Apenas uma sarjeta imunda na profundeza ónix
A cavidade total da imundice, afunda-me.
Inunda-me na interminável espessura
Do meu corpo de lama
Como uma sombra letal
Como um lento ácido, que corrói.
Percorre meu corpo que se arrepia, escutando
O terrível arquejar, os longos estertores
De milhares de seres moribundos

Caio, tropeço, fujo
Alucinada, desorientada.

Aquele cheiro nauseabundo com asas de gigantesco corvo
Persegue-me
Fere por todos os lados os poros da pele
Com perfurantes bicadas.
Desesperada corro queimando-me na repugnância
Que chega ao limite último do fedor
À degradação total
Suas mãos tocam-me.
Horror!
Horror!
Vou tomar banho
Que fedor!

Ninguém está imune a contágios, a influencias, a situaçôes que não se compadecem dos nossos principios, convicções. Muitas vezes, obrigam-nos a ser cumplices, a optar por coisas que nem sequer nos dizem respeito directamente, mas somos obrigados a ver e calar. ficámos impregnados de silencios amordaçados e canalizamos a ténue hipotese purgar através de um possivel banho possa ser a água benta a purificar a alma e o corpo.

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domingo, outubro 12, 2008 - 22:47

Poesia :

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admin

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Comentários

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Re: Fedor

Penso que entendi... afiado, apontado. Marcou-te mesmo.
"Pater mesirecordia eius. Não sabem o que fazem..."
Beijo

imagem de nomada

Re: Fedor

Foi perceptível à distância este estranho e intenso odor, que sem pedir licença se entranhou ... talvez, afinal, não seja tão estranho assim.

Beijo.

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