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FLORES À VIDA!
Flores à vida
Ofereçam-me flores enquanto eu viver,
Não mas ofereçam quando eu morrer,
Em vida eu agradeço e beijo quem mas ofertar,
E posso sentir o seu perfume no ar,
Depois de morto, elas morrem comigo,
São tristeza sem fim, cheirá-las já não consigo.
As flores são lindas para os olhos e para a vida
Não para a morte, é vida perdida,
As flores são lindas demais para chorarem a dor,
Elas são nascidas, para viverem o amor,
Por isso, não dêem flores à morte que não sente,
Mas sim aos meus olhos vivos para ficar contente.
À vida que eu ainda tenho, as flores ficam-me bem,
Por isso, eu quero dar flores a quem vida tem,
Elas para mim nunca serão rejeitadas,
Flores de luto, são flores oferecidas ao nada,
Alegria e amor merecem flores, para também dar,
A quem amo muito para também abraçar.
Flores de luto, são tristes não as quero para mim,
Deixem-nas ficar a viver no seu próprio jardim,
Para serem oferecidas à alegria de viver,
E não a quem deixou a vida para morrer,
É tão bom cheirar o perfume de uma flor,
Dá vida à vida, dá vida ao sentimento do amor.
É assim que eu penso sobre a oferenda de qualquer flor,
As flores são alegria que a vida quer e não de dor,
Não faz sentido esta tão triste tradição,
De oferecer flores a quem já não sente o coração,
Dêem flores sim, às mãos que as podem receber,
E não a quem já não tem vida para viver.
Tavira, 16 de Outubro de 2011-Estêvão
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