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FORÇA INVISÍVEL

Força invisível

 

 

O vento sopra de onde quer e ouvimos a sua voz,

Dentro da nossa janela, quando estamos sós,

Mas não sabemos de onde vem, nem para onde vai,

Apenas sabemos que passa e não sabemos de onde sai.

 

O vento passa no tempo manso ou agreste sem avisar,

E nós apenas o sentimos e nunca o vemos passar,

Ele grita uiva e até nos afaga como uma criança,

E na sua caminhada invisível, com as árvores ele dança.

 

O vento sibila quando não pode passar à vontade,

Diz que está apertado pois passar é a sua necessidade,

Ninguém consegue obstruir a sua agreste passagem,

Não há força que o impeça nem presta vassalagem.

 

Ele não conhece nada, nem há poder que o assuste,

E se alguém pensa ao contrário, é louco ou um embuste,

Alivia – nos do calor ou gela – nos de frio,

O vento ganha – nos sempre em qualquer desafio.

 

O vento manda no mar e irrita – o na sua senda,

Faz abrir tempestades medonhas na sua forte contenda,

Empurra as ondas do mar como se fossem montanhas,

E às vezes os navegantes ficam nas suas entranhas.

 

O vento faz do mar um leão ou até um cordeirinho,

Quando solta as sua garras ou sopra de mansinho,

E até provoca os homens que nada podem fazer,

Com o vento ninguém mede forças e ninguém o viu nascer.

 

Podemos unir as forças humanas, a força do vento vence,

Pois não existe qualquer grande poder que o enfrente,

Apenas se pode esconder, sem nunca o poder enfrentar,

Ninguém sabe de onde ele vem nem quando vai parar.

 

E assim o vento vai passando no tempo que não tem mãe,

E no tempo ele vai passando quando quer e lhe convêm,

Anda sempre em liberdade, fazendo o que ele quer,

Ande ele por onde andar ninguém o consegue deter.

 

 

 

Tavira, 22 de Setembro de 2010 - Estêvão

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segunda-feira, março 4, 2013 - 10:09

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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