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gosto de coisas simples

Gosto de coisas simples

Simples e belas!

Gosto dos raios do sol

que me entram pelas janelas.

e de ver os pinheiros a crescer

debaixo delas.

Gosto das flores silvestres

De velas de pavio aceso

Gosto dos montes agrestes

E das capelas onde rezo

Gosto de acácias em flor

Da calma das noites serenas

Amo tudo com o mesmo amor,

Coisas simples e pequenas.

Gosto de cantar

à roda da fogueira

Gosto da chuva lá fora,

Gosto da lenha a crepitar

Do gato a ronronar à minha beira.

Das conversas à lareira.

E sempre que Deus queira

me hei-de lembrar,

das coisas simples da aldeia

da avó fazendo meia

do moinho rodando a mó

do milho ficando em pó

da colcha velha na relva a corar,

do cloreto pra branquear

do duche tomado no rio

do avô que partiu no navio.

Gosto das coisas simples, talvez

porque simples Deus me fez,

gosto do naperon sobre a mesa

da jarra de flores amarelas

gosto da natureza,

em tudo encontro beleza

gosto de cortinas nas janelas,

gosto de ouvir os galos cantar

duma concertina a tocar

gosto até dum arraial

Há gente que acha tudo isto banal!

Talvez eu tenha enlouquecido

mas tudo isto me é querido.

Gosto do sino da torre da igreja

e gosto das sombras por onde leio as

horas,

gosto daquela amiga que me beija,

que encontro quando apanho as amoras,

Gosto dos telhados com pardais

gosto do mistério que traz o anoitecer

gosto por demais

das fotografias nas molduras

de  relembrar as rapaduras,

nada morre na lembrança

nada passa dos meus sentidos

nem a presença da morte e os gemidos

tudo recordo de criança.

Por isso gosto de coisas simples,

como estes versos

ainda que não gostem deles, não me deixo

entristecer,

podem ser controversos

que me importa? Se é a minha maneira de ser!

E quando de todo enlouquecer,

ainda assim de coisas simples vou gostar

vou ficar silenciosa na minha rua

vou estar atenta ao chegar da lua

e vou fazer rimas com amor

como um bom trovador.

E meus sonhos hão-de vir pé ante pé

pois sou senhora de fé

que assim há-de acontecer!

Vou sonhar com o rio e os salgueiros

com os laranjais e os cheiros

do pão no forno a cozer...

e depois os meus olhos ainda hão-de ver

a madrugada a romper

e hei-de fazer versos

e mais versos

até os dedos ficarem com sono,

até ser de novo outono

onde meu coração ferido

seja um ramo de árvore despido.

Ainda assim estarei viva para escrever,

coisas simples é bom de ver,

e para fazer amor assim simples como

simples são as coisas da vida.

da vida...por mim vivida!

natalia nuno

rosafogo

Poema de 2002

Submited by

sexta-feira, agosto 10, 2012 - 17:45

Poesia :

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natalianuno

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Comentários

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para quê complicar se as mais

para quê complicar se as mais belas emoções
estão no passos singelos da vida?!...

- e nada se equipara à paz interior.

Bom fim de semana!

_Abilio Henriques!

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