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Intendente
Ele há um afago em espelhos de sangue com gansos degolados num som de agonia.
Num pântano de crianças desaparecidas flutuo sobre olhos vazados por todas as ruas de encontro…
Fímbria de nós que em farrapo á sorte talvez devemos afasto…
Esmagam o verde com ventre, conspurco de primitivos desprezos aos farelos de côdeas, corpo e morfina.
Dali inocência ou palavra de dias á tarde só por contemplo…
Evolaram-se tristes desflorados no seu singular colectivo.
Por isso choram azedas e riem cegas crianças na rua.
Tabiques orvalhados abafam caldos e camas de vício num assombro promíscuo homem e assassino.
Lembro-as de calções e sandálias a enfeitar os eléctricos.
Esvoaçantes exércitos de sonho ser e cidade.
Desobrigados sorrisos de olhos brilhando o sol de Lisboa, á crava de um troco, gelado com sabor a limão.
Uns morrem, os outros...
Deu-lhes para a desgraça de deixarem partir a alegria na pendura dos eléctricos…
Dormem no fogo da fome que apaga a vontade de crescer…
Abandonadas á sorte que faz a diferença entre pobres e ricos.
Fugas de rumo num fixo adeus á porta de casa.
E choram mães e avós horizontes sentenças de interrogação em procura…
Andam por aí ás lixeiras da terra, ao bolor dos dias com restos de vinho no vidro que corta…
Ele há um afago em espelhos de sangue com gansos degolados num som de agonia.
O demónio ofereceu as crianças ao sacrifício dos dias…
E o mundo embala inocentes no berço do ódio.
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Poesia :
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Comentários
Re: Intendente
Dormem no fogo da fome que apaga a vontade de crescer…
Talvez esta seja a verdade nua e crua!!!
:-)
Re: Intendente
Palavras com um arreigado timbre poético e sentido singular.As palavras também podem ser bonitas, mas estas são milagres de Lapis-Lazuli...
«Esmagam o verde com ventre, conspurco de primitivos desprezos aos farelos de côdeas, corpo e morfina.
Dali inocência ou palavra de dias á tarde só por contemplo… »
Quem conhece o Intendente, reconhece a sua realidade.
Abraço.
Vitor.