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AS JANELAS DOS MEUS OLHOS
AS JANELAS DOS MEU OLHOS
Pelas janelas dos meus olhos olho as janelas do mar,
Em terra toco nas suas ondas e guardo – as no meu pensar,
Levo – as comigo dentro da distância do meu tempo,
Recordando o seu sussurrar nas demandas do vento.
Tenho o perfume do mar, quando inspiro a madrugada,
Na brisa dum sonho meu, onde o meu eu se inspira e nada,
Escondendo as suas janelas, onde os meus olhos espreitam,
Para a sua alva espuma, onde a Lua e a noite se beijam.
Quando o Sol bate nas águas do mar, mostra – me o azul da sua alma,
O meu coração bate, bate lentamente, absorvendo a sua calma,
Sentado no seu banco de areia fina e para ele olho calado,
Ouvindo o bater das suas ondas, nas minhas janelas fechado.
Na crista das suas ondas, de longe o mar me vai acenando,
E provoca o meu olhar que se estende até onde ele vai acabando,
Eu grito cá do meu canto, para o mar, para que ele me responda,
Se o meu grito chega inteiro, até ao cimo da sua mais alta onda.
À noite, num lindo luar de prata, brilha o mar de barriga cheia,
Deixando a praia descoberta, mostrando – se a uma imensa plateia,
Que possui dentro de si e com um imenso orgulho se desvenda,
Dos mistérios possuídos contendo, lindas histórias de lenda.
O mar mandou – me uma mensagem, mas não diz o que esconde,
Eu não percebi a sua linguagem, pergunto e não me responde,
Ao que eu quero saber porque se amansa e se revolta,
Penso que seja o vento que o provoca, o amansa e solta.
Nas suas águas ternas, ninguém sabe os seus segredos,
Por todos é admirado e às vezes escondem os seus medos,
Umas vezes faz de mortalha, outras vezes dá a vida,
Por isso o admiro e respeito, sempre que me chama e me convida.
Nas suas águas salgadas, o mar contem uma grande doçura,
O mar cresce e diminui com mansidão e bravura.
Manda – me saudades quando não o vejo das minhas janelas,
E mostra – me as suas enormes portas, sempre que me vejo nelas.
2008-Estêvão
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