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JERICOACOARA
Jericoacoara
Longe de tudo e perto do nada,
Fica esta terra de Jericoacoara,
Fica entre o céu e o mar,
E à noite o amor anda no ar,
Até que a madrugada adormeça,
E o dia de céu azul recomeça.
Jericoacoara é um pedaço do céu,
Que aqui caiu e para sempre adormeceu,
De águas cálidas e mansas sob o vento,
Onde tudo acontece muito lento,
Vive-se na calma e na solidão,
Até ouço o bater do meu coração.
Eu não conhecia e agora sei quem é,
É uma filha do mar onde enche e vaza a maré,
De areias cinzentas onde o mar se deita,
E a Lua lá do seu altar espreita,
E eu convido-a a dormir à noite comigo,
Mas, dormir com ela eu não consigo.
Estar em Jericoacoara é estar no paraíso,
Aqui eu tenho tudo, de mais nada preciso,
Tenho o mar, o Sol, o vento e a Lua,
E o dia todo para passear na rua,
Vendo as árvores verdes e os cajueiros,
Que a enche e onde os últimos são os primeiros.
Aqui existem as dunas de areias brancas e finas,
Que na minha mente parecem meninas,
De pele sedosa que brilha ao Sol,
Onde o vento sopra no seu leito tão mole,
Levando consigo pelo ar a branca areia,
Que é leve, branca, dourada e nunca é feia.
Ao pôr-do-sol, vejo a sua luz no infinito,
Que faz a sombra dourada e a olhar eu fico,
Até que ele desapareça no horizonte,
E vai deixando o céu vermelho na sua fonte,
Que nunca se esgota no céu de Jericoacoara,
E o mar fica com ela e a minha alma também ficara.
Fortaleza, 30 de Outubro de 2011-Estêvão
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