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De flores me recordo
quando penso em ti.
E dos pés descalços que, cansados,
descansaram sobre o chão batido
dos frios caminhos de Machu Picchu.
Quando penso em ti
não tenho raiva nem pudor.
É como se a relva que banha a mata
me cobrisse de amor.
Quando piso em estranhas nuvens
de incertezas e dores,
tuas sementes de alegria eu lanço ao vento.
E o vento carrega tua fina euforia,
que germina na terra impura, seca e hostil.
Quando penso em ti
é como o milagre da chuva no Serrado,
que transforma o agreste horizonte
em verde pensamento, num retrato.
Quando penso em ti,
na realidade não penso, levito.
E chego onde só aqueles que conhecem
o significado da sorte entenderão.
A um jardim repleto,
que existe dentro de mim,
de lindas flores, de ti...
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não do jardim