CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Limbo da existência.
Da luz fez-se chama e derramou-se sobre mim. Escaldou toda minha pele, tal qual lava que brotava eruptiva do olhar. Foi uma grande reação: A lava e minha epiderme fria, gélida, advinda de uma grande hibernação. Aturdida vi o mundo apagar-se ao redor, envolto na bruma criada pelo encontro do magma com minha pele fria. Silenciosamente a lava derretia e petrificava meu corpo prendendo ele para sempre nesta crosta de gelo e rocha que desde então, eternamente, envolveu minha epiderme por todas as demais vida que um dia eu viria a ter. Eu estava hipotérmica, estive morta e nem sabia, congelada, tanto que nem mais sentia ou percebia a falta de coesão do mundo em que eu me encontrava. Sentir novamente o calor da vida deixou-me aturdida, acho que liberou alguma substância entorpecente que toldou-me os sentidos e amputou-me a razão. O peito ardia em uma angina que irradiava-se por todos os nervos, uma espécie de eletricidade percorreu meu tórax, meus membros, minhas pernas, cauterizou meu senso de direção, escureceu o mundo ao redor. Eu tinha sede, sedenta joguei-me na fonte, que refrescante parecia aliviar o calor da lava que ainda ardia em mim. Confusa, acostumada a neve das escarpas longínquas dos montes solitários onde habitava anteriormente, não percebi-me do perigo que encerrava a convidativa, cristalina e límpida fonte que saciava a minha sede de sentir.Quando vi já quase me afogava na ânsia de beber da água da vida. Escorreguei no grande rochedo em que me segurava, naquele momento apenas conheci a morte. Era um abismo onde flutuei na suavidade do ar rarefeito das grandes altitudes, era uma queda no nada, eterna, sem perspectiva de chão para apaziguar a ziguezaguear labiríntico dos sentidos. Acho que era a embriagues que antecede a morte. Vi todas os momentos, todas as bocas e todos os lamentos que elas me causaram, passarem a sussurrar súplicas de amor em meus ouvidos em uma velocidade assombrosa, mas em segundos calaram-se à suavidade do abismo. Despertei assustada em outro mundo, o tempo tardava e eu não sabia. Morri naquele instante.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1270 leituras
Add comment
other contents of analyra
| Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post |
Língua | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Paixão | Loucura | 6 | 1.685 | 03/27/2010 - 17:37 | Português | |
| Poesia/Fantasia | Espumas à maré cheia | 6 | 2.150 | 03/27/2010 - 04:41 | Português | |
| Poesia/Fantasia | Eis que surge do nada o amor em minha morada | 5 | 2.020 | 03/27/2010 - 04:35 | Português | |
| Poesia/Fantasia | Beijo transatlântico | 6 | 2.614 | 03/27/2010 - 04:24 | Português | |
| Poesia/Dedicado | Casamento Poético | 17 | 1.654 | 03/25/2010 - 21:11 | Português | |
| Poesia/Erótico | Carta ao parceiro | 13 | 2.294 | 03/24/2010 - 16:22 | Português | |
| Poesia/Fantasia | Janela para o lírico. | 7 | 2.234 | 03/23/2010 - 20:45 | Português | |
| Poesia/Meditação | Nada resta | 9 | 1.335 | 03/23/2010 - 13:20 | Português | |
| Poesia/Paixão | Maldição das Moiras | 5 | 1.848 | 03/22/2010 - 18:21 | Português | |
| Poesia/Meditação | Inexorável ciclo | 4 | 1.374 | 03/22/2010 - 18:19 | Português | |
| Poesia/Meditação | Quatro estações_ Inverno. | 4 | 1.429 | 03/18/2010 - 18:31 | Português | |
| Poesia/Amor | Ainda em mim... | 5 | 1.255 | 03/18/2010 - 18:20 | Português | |
| Poesia/Amor | Ó meu coração... | 3 | 2.581 | 03/18/2010 - 18:16 | Português | |
| Poesia/Amor | Resquícios de ti em mim... | 6 | 1.763 | 03/18/2010 - 18:16 | Português | |
| Poesia/Meditação | Análise pessoal | 6 | 1.672 | 03/17/2010 - 20:49 | Português | |
| Poesia/Meditação | Remoto controle | 5 | 1.124 | 03/17/2010 - 20:42 | Português | |
| Poesia/Paixão | Triste sina insana | 5 | 1.990 | 03/15/2010 - 20:35 | Português | |
| Poesia/Dedicado | Por ti | 7 | 1.452 | 03/15/2010 - 20:24 | Português | |
| Poesia/Dedicado | Henrique arauto do coração | 11 | 2.411 | 03/15/2010 - 15:22 | Português | |
| Poesia/Amor | Amor universal | 11 | 2.005 | 03/13/2010 - 03:20 | Português | |
| Poesia/Tristeza | Coração frio | 5 | 1.587 | 03/13/2010 - 03:15 | Português | |
| Poesia/Aforismo | Tua voz do outro lado | 8 | 1.546 | 03/12/2010 - 17:17 | Português | |
| Poesia/Intervenção | Ponto de mutação | 5 | 1.888 | 03/12/2010 - 01:56 | Português | |
| Poesia/Intervenção | vida | 7 | 1.195 | 03/11/2010 - 23:05 | Português | |
| Poesia/Meditação | Entendimento | 9 | 2.641 | 03/10/2010 - 15:11 | Português |






Comentários
Re: Limbo da existência.
Quantas vezes avida nos vai matando para que finalmente
ressuscitemos de novo?
sempre mais fortes. por mais que as cicatrizes por vezes teimem em sarar.
Absorve-se facilmente a imensa tristeza que te vai na alma. mas também é verdade que é precisamente nestes momentos que soltamos mais facilmente as palavras que nos definem.
Beijo, Ana. Continuo apreciar imenso estas tuas prosas.
Vóny Ferreira
Re: Limbo da existência.
Um belo texto.
Um encontro com
a vida.
:-)