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Memórias impertinentes em uma caverna
Como veio parar neste lugar não sabe explicar
O silêncio ajuda a pensar
Lembranças povoam sua mente
Como os morcegos que se soltam na escuridão
Sem fazer qualquer cerimônia.
Os pensamentos são perturbadores
Como se fossem feridas mal curadas
Memórias impertinentes que afligem
Que permanecem no subconsciente
Como se fossem vozes infinitas na mente.
Só queria se esconder do mundo
Por isso adentrou a escuridão dessa caverna
E não pode esperar mais nada da vida
Se a esperança já não faz parte da história
Porque ninguém quer lembrar do passado.
Memórias impertinentes incomodam
Tiram o sossego do espírito sempre indomável
Os pensamentos não podem ser controlados
Parecem ter vida própria e voam
Como os morcegos inquietos desse lugar.
Em um passado não tão distante
Conheceu a felicidade tão sonhada
Nos olhos meigos de uma donzela
Sem saber que seria apenas mais uma ilusão
Porque ninguém pode controlar o coração.
Percorre os labirintos da caverna
Cada gruta escura causa calafrios intensos
O desconhecido é a sensação mais estranha
Porque não se sabe o que vem depois
E tudo pode não passar de mais uma miragem.
Percebe que lá fora há uma luz
O sol que brilha também aquece
Mas não consegue sair dessa caverna
Onde sente o abraço forte da solidão
Que agora lhe faz a tão sonhada companhia.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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