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MEU GRITO É UMA MÃO CANSADA …

Tenho a alma cheia
de ouvir o corpo dizer nada.

O meu grito é uma mão cansada.

As minhas lágrimas são uma derrocada
de entulho triste pela cara abaixo,
são o barulho de quem tentou.

Os meus olhos são da cor da trovoada,
são as cinzas de um fogo louco
a vaguear pelo nevoeiro.

O meu olhar é um relâmpago
que racha os troncos da escuridão.
Um farol afogado nos prantos da saudade.

Quanto escrevo é a verdade que o silêncio pinta
no vazio que arde na solidão.

Quanto vejo é tarde em tempestade,
rios sem leme,
pedras sós.

Quanto sinto é vertigem,
palavras sem ponte,
águas profundas.

Quanto digo são areias sufocadas
pela claustrofobia cúbica do tempo,
são sombras animadas por lápis de carvão mágico.

O meu coração é um palco trágico,
um cálice de amores entornados.

As rugas dos lábios são beijos
que no passado foram tornados.
Beijos agora tornados meras aragens.

Os meus sonhos tombaram
para imagens amarrotadas no esquecimento.

As cicatrizes do meu pensar
são o pão que me resta do trigo da vida.

Trigo cuja mó do tempo moeu.
Pão cujo fogo do meu corpo cozeu.

.
.
.
.

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quinta-feira, outubro 4, 2012 - 14:12

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Belo texto...gostei

Belo texto...gostei particularmente desta passagem :

"...Quanto escrevo é a verdade que o silêncio pinta
no vazio que arde na solidão..."

Abraço

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