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A musa

Bebi nos teus flancos a loucura
Sabor a jovem nuvem de absinto
És o calor que a sonhar sinto,
A noite que à noite me procura

Quando ris, teus olhos param no tempo
De tão subtil teu corpo flutua
Pisas ao caminha o próprio vento
E tuas pegadas ficam, como na lua

Eternamente gravadas na minha mente
Facas cravadas que meu corpo não sente
Ainda está dormente daquela última vez
Que a tua língua humedeceu minha tez...

Cheiras a rocha que toca o mar,
E eu mar que marés-vivas inventa,
Somente para te abraçar,
com paixão cega, numa fúria lenta

Agora finje que nada leste
Ou que nada entendeste...

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sexta-feira, agosto 3, 2012 - 16:26

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David Lobo Cordeiro

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